Review: Will & Grace

Eu assisti Will & Grace!

No início do ano passado, em um dia qualquer, estava eu na internet procurando sabe lá o que quando de repente, encontro um post no site Box de Séries com o título de “Porque Will & Grace é melhor que Friends“, obviamente que tamanha afirmação despertaria a atenção de uma pessoa cuja a com comédia favorita é Friends, e lá fui eu ver o que essa série tinha de demais, do que se tratava e o porque da convicção que o título empregava. Enfim, eu li aquela publicação tendo em mente que nada mudaria a minha posição sobre Friends, mas mentiria se dissesse que não fiquei curioso, pois fiquei, e como eu não tenho o habito de discutir assuntos que não tenho conhecimento, eu não dei bola pro texto e segui em frente, mas existe uma teoria que diz que quando você aprende ou conhece algo, você passa a ver aquilo em todo lugar dali em diante, e sim, isso aconteceu comigo. Will & Grace que até então nunca havia ouvido falar (Não que eu me lembrasse) passou a ser mencionado em séries que eu assisto e em matérias de séries que eu lia, e como eu já tinha ficado com uma pulga atrás da orelha sobre a afirmação daquele post, eu decidi que iria confirmar se aquilo condizia ou não. E assim fiz e aqui estou eu mais ou menos uns 5 meses depois pra dizer o que eu achei dessa série que como mencionei no início, pode ou não ser melhor do que Friends…

Will-Grace

Will & Grace não me conquistou no piloto, e a série só ficou muito boa da metade da primeira temporada pra frente. Eu procurei informações sobre a série antes de assistir como sempre faço e dei uma lida na sua pagina no Wikipedia, e lá dizia que a série foi muito criticada no início, mas que pouco depois se tornou uma das mais importantes da NBC, que é o canal que exibiu a série, e tipo, eu super entendo ter sido criticada inicialmente, e nem é pelo seu tema (que eu falarei mais adiante), mas sim pela dinâmica dos primeiros episódios que deixavam muito a desejar. No início, eu tava achando toda aquela situação meio forçada, e os diálogos entre Will e Grace pareciam um tanto artificiais, o que melhorou muito em certo ponto da temporada, mas de fato, os primeiros episódios são um pouco empurrados. Devido ao fato da série ser a primeira a ter personagens principais homossexuais, é evidente que nos primeiros episódios a série ainda estava “pisando em ovos”. O medo da rejeição do público que até então não tinha tantas referências quanto ao assunto que seria abordado na série, imagino que tenha sido enorme, mas deixando isso lado, a série foi revolucionária.

A SÉRIE: O que é Will & Grace? Will, um advogado gay, Grace uma decoradora judia e ambos já namoraram no passado, mas que eventualmente acabaram virando melhores amigos, o que resultou em uma das melhores amizades do mundo das séries, onde Grace vai morar com Will, e juntos os dois nos brindam com as melhores e mais engraçadas situações possíveis. Mas a série é só sobre dois personagens? Não, também temos Jack, que é o melhor amigo gay do Will, e a Karen, a amiga rica e bêbada da Grace. Eles seriam inicialmente dois coadjuvantes e que em pouco tempo – tipo, ainda na primeira temporada – se tornaram protagonistas, deixando o título da série figurativo.

willandgrace_1024

A série começa com Grace abandonando seu noivo após não receber o apoio de Will, então, depois de terminar com ele, ela se muda para o apartamento de Will e os dois começam a seguir em frente, já que Will também acaba de sair de um relacionamento, e como qualquer boa siticom, a série não tem um plot ou goal, a série segue mostrando o dia-a-dia, os relacionamentos, a vida profissional e a relação um tanto codependente dos dois, assim como também acontece com Jack e Karen, que logo no comecinho se tornam best friends, e é interessante a amizade dos dois quando comparada a de Will e Grace, que são mais racionais enquanto eles são totalmente loucos. Na segunda temporada a série já havia decolado, já sabia pra que tinha vindo e o que queria, não tinha mais com o que se preocupar, pois já tinha marcado seu território e conquistado seu público, com isso ficou cada vez mais ousada. O humor politicamente incorreto foi presente em toda a série, 2001ze a cada temporada que se passava, o céu vinha se tornando o limite. O fato da série ser pioneira em abordar o assunto homossexualidade nem de longe a limitou de fazer piadas de gays e seus esteriótipos, que eram frequentemente representados no Jack, mas que também apareciam no Will. O mais legal é que não fizeram parecer grande coisa, simplesmente colocaram um personagem gay e seu melhor amigo também gay para viverem suas vivas como qualquer pessoa comum, sem nada daquilo de querer ficar passando mensagens de aceitação o tempo todo, como é o que acontece em algumas séries que incluem tais personagens em suas tramas. Eles eram gays e ponto. A série também tem o mérito de ter sido a primeira da TV aberta americana a ter mostrado um beijo gay no horário nobre, que aconteceu na 2ª temporada (1999), sendo mostrado como uma forma de protesto à própria NBC, que havia cortado a cena de um beijo gay de um programa da emissora. Além de ser uma referência real, já que tal coisa realmente aconteceu, o mais legal é que W&G também era da NBC. Com a Grace tivemos as mais diversas piadas sobre judeus que eu já vi em séries, que mais uma vez brincou com os esteriótipos, como por exemplo de que judeu é mão-de-vaca, sendo essa uma das principais características dela, onde até mesmo ela fazia piada sobre o assunto. E com a Karen, tivemos piadas de gays, héteros, lésbicas, judeus, latinos, orientais, pobres, gordos, magros, os peitos da Grace, a profissão do Will, o Will e todo tipo de coisa que você imaginar. Já o Jack trazia as piadas sobre héteros, na qual ele achava um absurdo tal relação, e claro, sempre fazendo piadas sobre o Will estar “gordo” e “ficando careca”. Essa foi a formula da série, formula que deu muito certo até o seu fim.

OS PERSONAGENS: O Will Truman (Eric McCormack) é um personagem que eu gostei muito. O fato dele não ser o esteriótipo do gay, só fazia ele mais engraçado, porque todas as cenas que ele se solta um pouco (como quando tumblr_m89horEcML1rceklro1_250tá cantando no banheiro ou dançando enquanto limpa os móveis) te faz morrer de rir. É muito legal a influência que ele tem sobre cada personagem da série, sendo sempre o mais sensato na maioria das vezes, mas que as vezes, vira uma garotinha durante um show da Jennifer Lopez. Enquanto isso temos o Jack Mcfarland (Sean Hayes) que é o extremo oposto do Will. O Jack por ser muito exagerado, ele me cansou no meio da série. Ele vivia as custas do Will, só pensava nele mesmo e apesar de ser um personagem muito bom e bem interpretado por seu ator, em certo ponto as tumblr_n3by3aDAow1rdutw3o1_r1_400piadas dele já estava obvias demais, tipico de qualquer personagem na qual exploram suas principais características (Como o Joey de Friends com as piadas dele ser burro, por exemplo) e infelizmente o uso continuo me fez criar uma antipatia enorme com o personagem, que felizmente conseguiu se redimir com um roteiro melhor nas duas últimas temporadas e eu voltei a gostar dele de volta. Mas isso é comigo, porque ao assistir a série, dava pra perceber o quanto o público gostava dele. E tipo, apesar de ser tão selfish e tudo mais, ele teve uma grande influência na vida do Will, como ajudando ele a se assumir lá atrás e sendo seu melhor amigo desde então. Ai vem a Karen Walker (Megan Mullally) que é praticamente a mesma personagem que o Jack, só que eu amei ela dur9377654ante toda a série. As piadas delas, que as vezes são um pouco monótonas também, sempre são hilárias. Ela é uma completa narcisista, e como eu já disse lá em cima, não havia limites para as suas piadas, que eram direcionadas a todas pessoas, mas as criticas ao visual da Grace, que foi frequente nas primeiras temporadas, e a forma como tratava a Rosário, os enteados, as empregadas… apesar de ser ofensivo e errado, era impossível não rir. Ah, também o senhorzinho do bar que vivia contando as suas tragédias de vida que ela vivia rindo como se aquilo fosse apenas um entretenimento. Ai ai, como eu vou sentir saudades dela. E por fim chegamos a Grace Adler (Debra Messing), que é a minha favorita da série. Eu deixei ela por último porque descreve-la vai levar mais tempo que os demais, mas vamos lá. O que dizer sobre ela? Não sei. Sabe quando um personagem é tão perfeito que você não consegue explicar o que mais tumblr_mammplYMFD1qcds4qo1_250gosta nele? Bom, eu sou assim com ela. Eu acho que o que mais me marcou da personagem foi suas expressões faciais, ela cantado e a sua sinceridade. A interação com Will era um dos melhores momentos da personagem e vice-versa. As cenas que ela surta, ou se solta mais são ótima, assim como com o Will, que eu acho que é o melhor dos dois… não serem exagerados o tempo todo, mas quando são, fazem uma enorme diferença e a risada é garantida. Eu não sei mais o que posso dizer sobre ela. Fica passando um filme dos melhores momentos da personagem na minha cabeça, mas não consigo transcreve-los, só consigo amar demais. E uma coisa que eu concordo com o post mencionado no começo, é que sim, a Grace é melhor que a Rachel (Jennifer Anniston) de Friends. Eu adoro a Rachel, mas se eu tiver que fazer uma lista de melhores personagens ou que eu mais gosto e só puder colocar uma das duas, vai ser a Grace com certeza. E eu gostaria de fazer uma menção honrosa e obrigatória pra Rosário, que era aquele tipo de personagem que só entrava em cena com uma piada de primeira. Uma personagem muito boa.

will-and-grace-series-finale03svvvvvvvvvv

O FINAL: Assim como Lost, é impossível você fazer uma resenha sem dizer o que achou do final da série, e infelizmente pra Will & Grace, eu não gostei. A última temporada foi excelente, assim como as anteriores e teve episódios maravilhosos, mas também, abriu espaço pra episódios tensos, como aquele em que o Will discute com o pai e posteriormente ele morre. Quando eu tava assistindo, eu achei arriscado fazer o que fizeram nos episódios finais, ainda mais quando se trata de comédia e quando está prestes a encerrar, é complicado fazer episódios como aquele a essa altura, mas felizmente ainda tivemos alguns episódios muito divertidos após isso. Quando chegou o episódio 22 e eles criaram aquele climão tenso entre o Will e a Grace, eu fiquei triste porque eu já sabia que iriam separa-los no final, mas mesmo assim foi muito difícil de assistir acontecer. Ai eu fui ver o “The Finale”, que na minha opinião, foi horrível. Sim, eu já sabia que eles iriam se separar no final, mas imaginei que seria uma separação saudável, já que a influência um na vida do outro já estava interferindo em suas vidas particulares, como no caso do Will e Vince e a Grace e Leo, e tipo, na minha cabeça poderiam sim separar eles, mas de uma forma condizente ao que foi a série, e não separa-los por 20 anos, como foi e no final ficar tudo bem. Não engoli. Eu acho que o roteiro da série foi sempre tão inovador que os criadores não acharam que poderiam dar um final clichê (que seria melhor que esse) a história dos dois, mas acredito que quase ninguém tenha gostado daquilo.

E quanto ao final individual de cada um,  pra mim foram no mesmo nível. O Will acabar com o Vince foi a escolha segura, assim como a Grace ficar com o Leo no final das contas. E tanto com o Will quanto com a Grace, tivemos breves paixonites na última temporada, sendo a Grace com o cara que escrevia cartões e o Will com o cara do Canadá… Isso sou eu dizendo, não procurei saber, mas acho que nos dois casos, não houve aceitação do público e por isso acabaram de uma hora pra outra, e destaco a parte do Will, que em uma sequencia de 3 episódios, se apaixonou, fez de tudo pra ficar com o cara, e depois terminou com ele. Quem assistiu deve ter tido a mesma impressão que eu, que foi de achar aquilo tudo meio precoce. Já o desfecho do Jack e da Karen, eu confesso que não liguei muito, assim como achei preguiçoso aquele final dos dois, que aparentemente ficaram solteirões numa especie de relação “Will & Grace”, o que seria irônico já que eles fizeram piada sobre a relação deles durante toda a série. Só não sei se foi isso, mas foi o que eu entendi.

0012

CONCLUSÃO: Chegou a parte mais difícil, que é dizer o que toda essa série significou pra mim, e não, não é fácil como parece. Em 1998 eu tinha apenas 2 anos de idade, e quando a série terminou, e só tinha 10, então não posso nem de longe comparar a minha experiência de assistir essa série com quem acompanhou as 8 temporadas, mas o que Will & Grace fez pela pela comunidade LGBT norte-americana, não tem final que tire o seu crédito. Se o mundo das séries teve Queer As Folk, The L World e hoje em dia Looking e todas as demais que fazem referência ao universo gay, quem virou a chave pra tudo isso foi a série David Kohan e Max Mutchnick. Will & Grace me fez rir tanto, que eu mal posso esperar para vê-la novamente, e por mais que a série já tenha acabado ha quase 10 anos e eu só ter assistido ela agora, me sinto como se ela tivesse acabado ontem. Vou/Já estou sentindo falta, e assim como verei novamente no futuro, recomendo para quem ainda não viu.

Will---Grace-Finale-Bow-will-and-grace-488803_1024_768

É melhor do que Friends? Não. Na minha opinião, não achei melhor do que Friends, mas posso dizer que é no mesmo nível ou quase. Mesmo assistindo para poder confirmar se era melhor ou não, já sabia que não tiraria Friends do meu trono da comédia na qual já reina ha anos, mas, conseguiu passar na frente de uma que está ha mais tempo na minha vida do que a série do sexteto de amigos de Nova York. Na minha opnião, Will & Grace é melhor que Two And A Half Men e está no mesmo nível de The Big Bang Theory que são outras das minhas comédias favoritas. Então se eu tiver que fazer um “Top 3: Sitcoms” certamente a série estaria lá.

NOTA: AV 5

 

3 comentários sobre “Review: Will & Grace

  1. Fabio Parra disse:

    Eu chorei quando a série terminou, em 2006. Eu amo o personagem Karen Walker. E também amava o primeiro patrão do Will, aquele super milionário que era desencanado de tudo. Houve uma época em que eu acordava às 3 da madrugada só pra ver o episódio inédito no Canal sony, e depois voltava a dormir. Hoje tenho os boxes das 8 temporadas e evito os episódio em que o pai do Will morre e aquele em que a Karen mostra pro jack o quarto de criança em sua casa, jamais usado, e ela chora. O final é horrível e eu só vi uma vez e não quero ver de novo.

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário